| Allan Costa Pinto |
|---|
 |
| Parar de fumar: objetivo comum. |
A entrada de um novo ano é encarada por muita gente como o começo de um ciclo. Neste ritual, vêm as promessas de início de ano. Parar de fumar, emagrecer, conseguir mais dinheiro, comprar alguma coisa, viajar, emprego novo, arranjar um namorado(a), ficar mais com a família, fazer cursos, entrar na academia.
São propósitos para todas as áreas da vida. Promessas não faltam. Mas quem não se esquece delas durante o ano? E um ciclo se cria: no fim do ano, bate aquela frustração porque os objetivos não foram alcançados.
Para mudar e efetivamente conseguir cumprir uma promessa início de ano, é essencial fazer um balanço sobre as ações já realizadas e planejar quais serão as atitudes daqui para frente.
Crescem os casos de depressão ou de tristeza acentuada nesta época do ano. É quando as pessoas se dão conta de que não conseguiram aquilo que imaginaram há um ano.
Entretanto, poucas realmente foram atrás e tiraram a promessa do campo das possibilidades para torná-la algo mais palpável. “Fazer promessas é como se fosse um ritual, com o início de um novo projeto. Mas a maior parte das pessoas não parte para o trabalho. Não tem estrutura, não faz planejamento para isso. A palavra-chave é maturidade. Ela faz com que você veja o que quer e o que vai realizar para alcançar o seu objetivo. A maturidade também ajuda a lidar com os imprevistos, os insucessos. As pessoas, quando planejam, só pensam nas coisas boas. Quando algo não dá certo, não sabem o que fazer e desistem”, comenta o psicólogo Tonio Luna.
Compromisso
As pessoas esquecem de suas promessas porque não estabelecem metas e não fazem balanços periódicos das ações realizadas para isto. É necessário encarar a promessa como um compromisso.
Para Alba Torres, consultora de comportamento organizacional, coach e professora da disciplina de plano de desenvolvimento do Instituto Superior de Administração e Economia da Fundação Getulio Vargas (Isae/FGV), as metas devem ser bem específicas e que possam ser mensuradas.
Quem faz a proposta deve analisar o que realmente está disposto a fazer para conseguir o que quer. Também tem que ser levada em consideração a relevância que o objetivo tem.
“O importante para não esquecer tem a ver com a relevância, tem que fixar nisso. Quando se tem um direcionamento, vem a motivação, o entusiasmo, o empenho. Com o empenho vem a persistência. Só consigo se eu estiver na direção correta”, explica.
Tempo
Ela lembra que também é importante levar em consideração o tempo em que as metas deverão ser cumpridas. Não adianta colocar um prazo de um ano para determinadas situações.
Emagrecer, por exemplo, requer metas mensais, como a perda de três quilos a cada 30 dias. “Fica difícil sem as metas intermediárias. Só com o tempo final, a mente sabota. Você pensa que só um chocolate aquele dia não vai fazer mal. Que no próximo mês você emagrece mais para compensar o que não emagreceu neste. É preciso um balanço periódico, conforme a ação adotada para alcançar o objetivo”, orienta Alba.
